quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Com a cortesia da TSF - Soromenho-Marques

 Com a cortesia da TSF




O rude ataque de Israel a António Guterres é um sombrio exemplo de como a ira, paixão individual, se pode transformar em política de Estado. Temo que seja mais um sinal da crescente probabilidade de que - muito antes da agonia ambiental e climática se tornar irreversível - a fúria de um conflito global possa desfigurar o nosso mundo em escassas horas, mergulhando a história num mortal silêncio. Os meios tecnológicos para tal foram iniciados na II Guerra Mundial, que foi também - e nós temos tendência para o esquecer - a primeira (e até hoje, única) guerra atómica. Sabemos que as primeiras bombas de fissão de 1945 foram rapidamente substituídas pelas armas termonucleares de fusão de hidrogénio, incomensuravelmente mais destrutivas. Contudo, também sabemos que durante as quatro décadas da Guerra Fria nunca estivemos tão perto, como hoje, de uma situação limite. O rastilho que agora arde, e que poderá desencadear um conflito global, não reside, todavia, em considerações técnicas ou de relação de forças entre arsenais, mas numa raiz comportamental, causada por uma dupla amnésia, epistémica e ética.

Alguns exemplos podem ajudar a perceber melhor aquilo que hoje foi esquecido. Em 1948, quando Estaline bloqueou Berlim, os EUA eram a única potência nuclear no planeta, mas Truman não usou a arma atómica contra a URSS, limitando-se a abastecer Berlim ocidental através de uma ponte aérea. Durante a Guerra da Coreia (1950-1953), a Casa Branca também recusou usar a arma nuclear, como resposta ao envolvimento da China no conflito. Depois da Crise dos Mísseis de Cuba, em outubro de 1962, o presidente J. F. Kennedy e N. Krutchev convergiram na criação de mecanismos para diminuir o risco de uma guerra nuclear. Alguns historiadores sustentam, até, que foi a aposta de Kennedy na paz, com manifesto desagrado do "complexo militar industrial", o motivo real para o seu assassinato. Embora pertença a Gorbachev o principal mérito pelo fim da Guerra Fria, a verdade é que Reagan também falou a mesma linguagem que o permitiu concretizar. Prevaleceu um consenso, com base em considerações epistémicas e morais, de que uma guerra nuclear envolvendo os EUA e a URSS, com os respetivos aliados, conduziria a uma "destruição mútua assegurada" (MAD, Mutual Assured Destruction). A MAD, no entanto, constitui apenas uma das faces da existência de arsenais nucleares. A outra face afirma o seguinte: a dissuasão nuclear só funciona se os Estados que têm essas armas estiverem dispostos a usá-las, em circunstâncias definidas nas suas doutrinas militares. Como sair deste paradoxo? Só através do primado absoluto da diplomacia e da cooperação política pacífica entre Estados, sobretudo entre aqueles que têm não só interesses diferentes, como diferentes visões do mundo. Todo este saber prudencial se perdeu nestas mais de três décadas de hegemonia unipolar dos EUA. O controlo do Departamento de Estado, e parcialmente do Pentágono, por uma linhagem de quadros neoconservadores, entrosada com a omnipotente indústria bélica, transformou o milagre do termo pacífico da Guerra Fria, numa "vitória" dos EUA sobre a URSS, destruindo concetualmente a singularidade irrepetível desse processo: a URSS foi o primeiro (e único) império na história mundial que preferiu correr o risco de implodir, a seguir o roteiro histórico tradicional de todos os outros impérios que apostaram decidir tudo no campo de batalha. Não admira que, em vez da admiração inicial de Reagan por Gorbachev, a política externa posterior dos EUA tenha tratado sempre a Rússia com desprezo. Como uma potência em declínio, cujos interesses de segurança poderiam ser desprezados. Só esta linha interpretativa permite esclarecer os sucessivos alargamentos da NATO nas fronteiras da Rússia, com a colocação de dispositivos militares que rompem a lógica de equilíbrio pretendida pelos tratados de armamento vigentes entre ambos os países. Os EUA habituaram-se a tratar os seus inimigos como chefes tribais. Por isso, Biden compara Putin com o Hamas. Lamentavelmente, se Trump pressagia uma guerra civil nos EUA, Biden, com o primado das armas sobre a diplomacia, tem-nos aproximado duma guerra mundial. Como se não bastasse o envolvimento das quatro maiores potências nucleares na guerra da Ucrânia, temos agora a explosão de violência na Palestina. Ao terror do Hamas, Telavive (também potência nuclear) responde com um desmesurado terror de Estado, que anuncia uma operação militar, com cobertura de uma poderosa força bélica dos EUA, de contornos ainda por definir. A Europa, no centro dos furacões ucraniano e palestiniano, parece vítima de sonambulismo. A vulgaridade da sua elite, sem coragem para olhar de frente a imensa tragédia que nos ameaça a todos, só não envergonha quem nem sabe o que a vergonha é. Tal como na Ucrânia, também na Palestina, qualquer tentativa de arrancar pelas armas o que se recusa obter pela diplomacia poderá sair fora de controlo, deixando a um tsunami termonuclear a derradeira palavra.

Soromenho-Marques

Nota o Caderno Monárquico não assume todo o verbo de Soromenho-Marques apenas dá que pensar.

quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Liga das Democracias com IA




The League of Democracies is a proposed international organization that aims to promote democracy, human rights, and the rule of law on a global scale. It is often suggested as an alternative or complement to the United Nations, which some argue is ineffective in addressing human rights abuses and promoting democratic values.

[https://platform.openai.com/playground/p/default-keywords]

The concept of the League of Democracies gained traction in the early 2000s, particularly during the presidency of George W. Bush. It was seen as a way for like-minded democratic nations to come together and take collective action on issues such as terrorism, nuclear proliferation, and humanitarian crises. Proponents argue that a league composed solely of democratic nations would be more effective in addressing these challenges, as democratic countries tend to share common values and interests.

Critics, however, raise several concerns about the League of Democracies. One major criticism is that it could undermine the inclusivity and legitimacy of the United Nations, potentially creating a divide between democratic and non-democratic countries. Additionally, critics argue that the league could be used as a tool for powerful nations to advance their own interests, potentially leading to a new form of hegemony.

Despite the ongoing debates and discussions, the League of Democracies has not yet materialized as a formal international organization. However, the idea continues to be discuted.

Liga das Democracias




The League of Democracies must be put into motion with stronger diplomatic and commercial exchanges, after all, this League that the late Senator MacCain gave us at first hand must and must be put into practice, with transparency through mutual vigilance with regard, above all, to separation of powers, special Justice among those soverein powers of a State. 
I've been saying it for a long time. I hope I can contribute through organizations all over the world. NATO has developed it. 
Articles are allowed to be published on this very important subject. Let us not forget that the future, I hope, League of Democracies,it is the group that brings together the majority of wealth and international trade.

domingo, 30 de janeiro de 2022

Um Português na Vanguarda da História Portuguesa e Europeia

Já está disponível a 2ª edição «Guerra Civil 1828-1834 – Tropas & Uniformes» 2021 Uma completa abordagem histórica, viva, ampla e pormenorizada desse confronto abrangendo as vertentes políticas, diplomáticas e militares. É a obra mais recente de Sérgio Veludo Coelho e diz respeito à Guerra Civil de 1828-1834, conhecida também como Guerras Liberais, Guerras Miguelistas ou Guerra dos Dois Irmãos. O desenrolar da Guerra Civil (1828-1834) é aqui tratado num pormenor totalmente documentado, embora com vivacidade e entusiasmo que nos motiva, na exigência de saber que acompanha este tão amplo como minucioso projeto. Este confronto constituiu um dos mais importantes episódios político-militares da primeira metade do século XIX, que alterou indelevelmente o curso de nossa história e a entrada na Época Contemporânea. Este livro contém, não somente no desenrolar da guerra, mas também nas suas vertentes políticas e diplomáticas. A publicação contém inúmerasilustrações e infogravuras, um contributo inestimável e apetecível para o conhecimento das principais ações militares, as armas e uniformes dos beligerantes, as principais personalidades. É a obra mais acabada e pormenorizada acerca do processo da guerra civil 1828-1834 e o autor contextualiza-a nos movimentos semelhantes da Europa. Embora passando «aparentemente» despercebida na historiografia europeia no início do século XIX, trata-se aqui de um acontecimento que obteve grave importância nos seus contemporâneos movimentos Liberais europeus, ...antes das Guerras Carlistas na Espanha, ...para o período das barricadas de Paris de 1830 na França, ...nos movimentos revolucionários no Norte de Itália com Mazzini, e depois com Garibaldi por toda Itália. A repercussão deste abalo, tão português quanto europeu, vinca a mudança de fundo que se operou na política europeia. Esta «questão portugueza» como alguma imprensa europeia se lhe referia em 1830 não era contudo recente. Os processos que desencadeariam a guerra civil em Portugal de 1828-1834 tiveram as suas raízes no movimento Liberal de 24 de Agosto de 1820, com repercussões tanto na História de Portugal como na História do Brasil. O caso de o Brasil deixar de ter como interlocutor comercial apenas Portugal, o fim do Pacto Colonial ou "Exclusivo Metropolitano", o sistema de comércio quena prática obrigava todos os produtos das colónias a passarem antes pelas alfândegas da metrópole, causou largas e profundas preocupações. Nesse movimento de liberalização comercial e política acontece o retorno da Corte Portuguesa que se transferira para o Brasil (1821) e o fim do absolutismo, com a implementação da primeira Constituição portuguesa (1822). Outro tipo de descontentamento acontece pelo lado militar, motivado pelo descontentamento dos oficiais portugueses, pois tinham sido substituídos pelos britânicos nas fileiras do Exército Português, reagindo contra a subordinação militar de Portugal à Inglaterra. Por outro lado, a preponderância dos antigos valores tradicionais, especialmente no estrato popular, maioritariamente analfabeto e dominado pelo clero conservador, que não perdoou as ações de D. Pedro em defesa da independência do Brasil e o seu Liberalismo. Sérgio Veludo Coelho é Professor Doutor Adjunto da Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto (ESE/P.Porto); Mestre em História Moderna na Faculdade de Letras da Universidade do Porto; pós-graduado em História Militar pela Universidade Lusíada de Lisboa; Doutorado em História na Universidade Portucalense Infante D. Henrique com a tese “Arsenais Reais de Lisboa e Porto 1800-1814”, galardoado com o prémio Defesa Nacional 2010; Investigador Integrado do InED /Escola Superior de Educação do Politécnico do Porto e Auditor de Defesa Nacional.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

DRY

Economic Performance and Political Coordination in Portugal’s “Dry” Political System (2010) «(...)Portuguese institutional arrangements are what we term “dry.” That is, they are not well suited to provide incentives for cooperation among actors in the policymaking process.» Carlos Pereira, Michigan State University and São Paulo School of Economics – FGV Department of Political Science, USA e Brasil Shane Singh, McGill University, Department of Political Science, Canadá

terça-feira, 16 de novembro de 2021

Um português na Vanguarda da História Portuguesa e Europeia

An excellent introduction to a little know conflict «The latest book in Helion and Co’s ‘Musket to Maxim’ series is this rather splendid and colourful volume covering the little known (for most non-Portuguese readers at any rate) on the bloody civil war that erupted in Portugal in the second quarter of the nineteenth century. ‘The War Between Two Brothers, the Portuguese Civil War 1828-34’ provides us with an excellent account of the civil war, fought on one side by the liberal D. Pedro de Braganca, the former Emperor of the newly independent Brazil, and his brother the absolute monarchist Miguel I. The introduction sets the scene for the war, describing a bloody tale of political skullduggery, overt power grabs by the conservatives, failed uprisings, mass repression and reprisals, the preparations on both sides and the assembly and transportation of the Liberal army which, after defeating a Miguelette invasion, invaded the country from its base in the Azores, landing in Oporto in July 1832. The Liberals attracted a great many foreign adventures who fought alongside Portuguese loyal to Pedro, including a large contingent of British and French, together with German, Polish, Italian and Belgian volunteers, which gave Pedro’s army a very cosmopolitan mix. The first part of the book gives us a very thorough breakdown, by regiment, of both the Liberal and Miguelette armies. For each we get details of the uniforms, weapons and organisation of the infantry, cavalry, artillery and support services. Not surprisingly the British influence was still very apparent after the Napoleonic Wars. The second section is especially interesting as it give a detailed timeline of the course of the war, an approach I rather like as it makes a change to having to Wade through the sometimes leaden prose often found in books of this genre. The main battles on land and sea are all covered and broken down in some detail with orders of battle and several handy maps. The centre of the book is fantastic, and provides us with 22 pages packed with loads of glorious colour illustrations of the uniforms of both sides, including foreign contingents, and I did like the rather naive chocolate-box toy soldier style used and found it very engaging. It also felt right for this particular subject. These colour plates accompany a ‘liberal’ amount of contemporary black and white illustrations and a good number of useful maps. Overall, I can highly recommend this book and found it to be a fascinating and informative study, albeit at entry-level I guess (NOT a bad thing), of a momentous period of Portuguese history, but it’s pitched just right I believe to attract the interest of casual readers as well as those more up to speed with the events of the nineteenth century Iberian Peninsula, and uniform information is a gold mine for any wargamers considering another project.» A review by Colin Ashton (UK)

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

11 novembro lançamento «Memórias de um Roialista» de Tomás Moreira

Caro(a) Amigo(a) É com muita alegria que a Real Associação de Lisboa anuncia para o próximo dia 11 de Novembro quinta-feira pelas 18:30 o lançamento do livro "Memórias de um Roialista" da autoria de Tomás Moreira, uma obra ilustrada que dá testemunho dos cerca de 30 anos que o autor dedicou ao serviço da Causa Real. A obra será apresentada pelo Presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, e o evento terá lugar na Sala do Arquivo dos Paços do Conselho da Câmara Municipal de Lisboa, contando com a presença dos Duques de Bragança. O livro, agora publicado pela chancela Razões Reais da Real Associação de Lisboa, tem 270 páginas, numa edição de 300 exemplares numerados, inclui um prefácio de Augusto Ferreira do Amaral e estará à venda no local, com o preço especial de 20,00 €. Para mais esclarecimentos contacte-nos através do endereço secretariado@reallisboa.pt, pelo telefone 213 428 115 ou presencialmente na nossa sede de 2ª a 6ª feira entre as 11,00hs e as 14,00hs. Contamos com a divulgação e presença de todos! Cordiais cumprimentos, A Direcção Real Associação de Lisboa Praça Luís de Camões, 46 2° Dto 1200-243 Lisboa Tlf.: (+351) 21 342 81 15 http://www.reallisboa.pt

sexta-feira, 15 de outubro de 2021

Imagens de Portugal


                     Pedro Roque - Praia Formosa

quinta-feira, 1 de abril de 2021

Uma obra portuguesa, pioneira e disruptiva

Paulo Casaca (2021), On the Value of Money - Unmasking Economics Deception 

 

https://www.amazon.com/s?k=Paulo+Casaca&ref=nb_sb_noss 


When the author started the research that eventually led to the present work, he only aimed at reviewing the theoretical foundations of Welfare Analysis models widely used in Agricultural Economics. He concluded, however, that these foundations were either too vaguely formulated to be accepted at face value or when analytically defined, as is the case of the Slutsky matrix, simply erroneous

 

 E continua errada há mais de trinta anos... Um especialista na área económico-financeira dos EUA disse, há algum tempo, que não se havia provado ainda matematicamente este modelo, esta equação, mas nada mais acrescentou. 

 Paulo Casaca vem demonstrar, com aprovação de matemáticos, que o esquema, muito aplicado por sinal, está Errado! 

  Não consigo imaginar os custos financeiros e sociais deste erro que se prolonga, ainda...

domingo, 7 de março de 2021

Uma instituição para o longo prazo estratégico na nossa estrutura democrática


Têm sido continuamente solicitadas à sociedade mudanças de comportamento, e também a sociedade solicita uma mudança política profunda porque revelam-se eloquentemente a falta de mecanismos estratégicos. A política decorre na livre contenda de interesses e opiniões. Os conflitos expressam-se na discussão democrática. O nosso modo de viver é plural. Mas importa identificar a falta de uma instituição para o longo prazo na nossa estrutura democrática: uma mesa de conversação continuada, de participação além do conflito, que evidencie os objetivos comuns, democráticos e estratégicos. Os ciclos políticos duram cerca de dez anos, mas os ciclos estratégicos duram cerca de trinta anos.

sábado, 16 de janeiro de 2021

Apontamentos Portugueses de um Monárquico

 
    As políticas que por consenso democrático usufruíram de continuidade, e foram efetivamente prosseguidas, guindaram-nos aos melhores lugares na comparação internacional. É o caso dos cuidados materno-infantis, é o caso da investigação científica e das infraestruturas de comunicação viária e digital. Políticas concretizadas por vários governos e por diferentes partidos são hoje políticas de sucesso. Porém, preocupa-nos sobremaneira a consolidação do défice e da dívida, a sustentabilidade económica, fiscal e financeira. Se o efeito da conquista de mercados internacionais é uma contribuição decisiva para o reequilíbrio de uma balança comercial deficitária e de uma balança de pagamentos com défices crónicos, é também necessário elaborar para o mercado interno um caminho sólido e estruturado. Importantes decisões estruturais encontram-se perante o nosso futuro colectivo, decisões democráticas, decisões de sustentabilidade, decisões de cooperação. Decisões democráticas: de estratégia e de coesão social. Decisões de sustentabilidade económica e de maior autonomia alimentar. Decisões de cooperação, social e política. É necessário, pois, elaborar soluções: Soluções sociais, soluções económicas e soluções democráticas. Soluções sociais, com uma educação que corresponda a projetos de vida, ligada ao vivido e às instituições de Cultura, com práticas de cidadania e de solidariedade. Soluções para a saúde, pela prevenção e pela investigação, constituindo-se o SNS como um serviço de excelência e vanguarda. Soluções para a corrupção, com códigos de conduta que responsabilizam. 
    É necessário elaborar soluções económicas, pois o tecido produtivo não está a ser capaz de incluir as pessoas que se encontram na situação de desemprego e na pobreza. Não pode haver fome nem teto, educação e saúde a todos os portugueses. É necessário abrir oportunidades de realização económica pelas indústrias. Oportunidades de investimento e de emprego, com transversalidade, abrangendo todos os níveis de qualificação: Por uma economia do mar, que tem vetores de modernidade e de compensação; por uma economia das cidades, que se constituam em polos únicos de produção e atração; por uma agricultura sustentável ecologicamente e pela defesa de nosso património genético na agricultura; pela afirmação do empreendedorismo feminino e jovem; pelo intensificar da produção de pensamento estratégico.
 Contudo, uma transformação económica exige uma transformação cultural e política. Sem uma mudança pujante na nossa política, na nossa democracia, nada mais poderemos alcançar. É necessário elaborar uma solução democrática, com pessoas vocacionadas para a defesa do interesse público, com uma Assembleia da democracia representativa forte, capaz de soluções positivas, e, a meu ver, não menos importante, ampliando a representação do todo nacional, por uma unidade sem divisões, completamente apartidária, que evidencie valores comuns, que evidencie a lógica da participação sobre a lógica do confronto - uma instância de unidade, de equilíbrio, de estabilidade, voz da sequência estratégica e da continuidade política. Temos de realizar referências estáveis à democracia. A política decorre na livre contenda de interesses e opiniões. Os conflitos expressam-se na discussão democrática. O nosso modo de viver é plural. Contudo, temos de identificar, coletivamente, formas políticas comprovadas que permitam uma vida democrática mais completa. Cada época procura encontrar formas adequadas para expressar os eternos valores humanos que pretende viver.    Defendo, pois, um regime democrático com uma instância apartidária, que represente as referências nacionais, voz do consenso democrático, voz da necessária continuidade estratégica.     Defendo uma transformação positiva que não cinda a nossa história, que realize equilíbrio de poderes, que contenha órgãos de controvérsia e órgãos de acordo, que ajude a permitir, equilibradamente, tanto as alternativas como os consensos, o direitos e os deveres cívicos. 
    O nosso modo de viver já foi sulcado por mudanças profundas. Sabemos, portanto, que por nossas mãos a situação pode transformar-se. O nosso percurso, social e económico, foi constituído por alguns poucos anos de entusiasmo e por muitos de preocupação. Recuso, porém, atribuir atrasos e percalços a defeitos nacionais, mas à falta de continuidade estratégica, à insuficiente modernização, à preferência pelas redes clientelares em vez da preferência pela competitividade. Todavia, é injusta a visão de bloqueio, de astenia e de cinzentismo. A ideia presente para o País é de dificuldade, de muita dificuldade, mas é também de construção, de criatividade e de expansão. 
  Monarquia e democracia é comprovadamente uma conjugação política de sucesso, de sucesso social, de sucesso democrático, de sucesso económico. Monarquia e Assembleia Democrática é um regime reconhecido, é o equilíbrio na livre contenda e é perspetiva na voragem do tempo.
    Sou monárquico pela certeza que a Restauração traz a Portugal. Associo a monarquia à defesa dos valores mais altos, à defesa da liberdade sobre as opressões, à defesa da soberania, à defesa da pessoa sobre interesses sem rosto. 
    A pertença a uma comunidade com um representante histórico é determinante para a evolução do País.   Posto o que temos vivido e aprendido, tenho confiança na nossa história. O futuro tem um passado, um passado que nos acrescenta e consolida, e tem uma democracia que nos atualiza.
    Há alguns anos atrás lutámos pela democracia, lutemos agora por uma democracia melhor. Só por uma democracia renovada pela monarquia constitucional poderemos alcançar unidade na livre diversidade, voz da continuidade estratégica, equilíbrio de poderes, promoção apartidária das referências nacionais. 
   Requer-se, a meu ver, cada vez com mais premência, um regime que, além do semicírculo do confronto e das alternativas políticas tenhamos uma mesa para os consensos democráticos e sua monitorização, com todas as lideranças políticas além e ou com o Conselho de Estado. Com a monarquia constitucional e com a expressão da soberania popular, a democracia, a Instituição Real é aquela instituição que sem peias eleitorais (como a Justiça, ou as forças de segurança, por exemplo), sem obediências partidárias e ideológicas, que permite representar o Estado em plena liberdade soberana. Os desígnios estratégicos, que tanto aprofundará o nosso vetor de modernidade como de compensação, fica para mim claro que requer mais do que um voluntarismo um regime consoante com estratégias profundas, geracionais. Não podemos ter confiança no eleitoralismo e no populismo.