quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Imagens de Portugal



http://www.anteprojectos.com.pt/2013/02/08/nacional-biblioteca-municipal-de-setubal/

O Facto dos Argumentos


(...) [O facto de um terço das pessoas, nas sociedades ocidentais contemporâneas, terem mais de 60 anos, isso] é uma realidade nova, que nunca existiu, na história da humanidade (...), é uma realidade que impede que os governos possam admitir inflação (...). Essas pessoas não estão no mercado, não têm salários que possam subir para acompanhar a inflação. Portanto não têm tolerância a ela. E são pessoas que votam muito.
Paulo Moura in Público, 4 de Março 2012
 

(…) são os empregados os únicos que podem pagar esse Estado, sendo também os únicos a pagá-lo, de facto. Esta questão hoje é decisiva. (…) Celebrarei, com confiança o dia em que o emprego subir, não o dia em que o desemprego baixou (...) [por causa da emigração].
 Daniel Bessa in Expresso, 16 de Novembro 2013

Imagens de Portugal


- «Fui admitida. Podia ir para Roma ou para Estocolmo. Não sei porquê, escolhi Lisboa...»
- «É muito bonita, Lisboa», disse ele distraidamente.
(…)
Escolhera a sua habitação ao passear uma tarde de barco na baía de Cascais. Avistara ao longe algumas casas de pescadores construídas mesmo sobre os rochedos e contemplara-as sonhando... Uma delas, particularmente, tentara-a, com o seu terraço pintado de branco e azul. Uma vinha virgem, entrelaçada de campainhas, trepava até ao telhado. Nessa mesma noite fora vê-la. Bateu à porta com emoção. Uma mulher de idade abriu a porta e conduziu-a até ao terraço. A umas dezenas de metros mais abaixo estavam ancorados alguns barcos de recreio e embarcações à vela. Ouvia-se o suave bater das vagas que escorregavam por entre os rochedos. (…) O aluguer atingia quase metade do seu salário. «Paciência ! Alugo!» pensou ela.
 

Mircea Eliade, Bosque Proibido, 338 (trad.Maria Leonor Buescu)


segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Shaking up



«Real world crises have a way of shaking up the intellectual foundations of policy disciplines. Elements of received wisdom are undermined, while certain heterodox or less mainstream views are seen as more valid or important than had been widely recognized.»

Daniel K. Tarullo @ Yale Law School, Conference on Challenges in Global Financial Services, New Haven, Connecticut, September 20, 2013.

Inércias, confortos, pretextos, diferenças



"(...) os tempos não estão para inércias nem para confortos, nem para encontrar pretextos do passado, ou diferenças no futuro, para não se lutar, não pelas mesmas coisas, mas contra as mesmas coisas. 

JPP in abrupto

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Ismos




«O determinismo histórico é errado, pois apresenta a história como um tempo finito cuja finalidade é previsível, cuja essência é determinável, cujo sentido é exterior à consciência e cujo sujeito é a humanidade como ente coletivo.»

Mendo Henriques e Nazaré Barros in Olá, Consciência! Uma Viagem pela Filosofia, 244

Patrimónios

 

(...) a comunidade é coisa pública e não posse privada. Assim sucedeu com as garantias, magnas cartas, cortes, liberdades e forais que entraram no património dos povos ocidentais na idade média. Com a entrada na modernidade, os direitos individuais e sociais começaram a ser constitucionalizados e garantidos por órgãos de poder independentes nas revoluções liberais, a começar pela revolução francesa.

Mendo Henriques e Nazaré Barros in Olá, Consciência!, Uma Viagem pela Filosofia, 269

Pensamentos


(...) history is the equivalent of the scientist's laboratory.
 

Roger Hausheer, «Introduction» , Isaiah Berlin, The Proper Study of Mankind. An Anthology of Essays, Farras, Straus and Giroux Ed., NY, 1998, xxxiii.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Artes

Marítimas águas cavalgando


Celeste e medonha arquitetura,
Pesada, enorme, inquieta,
Irado vento, escuras nuvens,
Encapelado o rouco mar
Em mil serras é estendido.

Vales abissais sulcando,
As marítimas águas cavalgando,
Essa massa inconstante, excessiva
A longa forte e escura onda,
Com escuma branca a barca vai cortando.

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Artes


Para a explicitação do bem comum




A legitimidade da representação do todo nacional deve situar-se idealmente num plano mais profundo que o da facção e o da ambição. A resposta a esta procura, atestada por muitos séculos, comprovados os homens, é a hereditariedade. Além destes aspetos, soma-se também a preparação da pessoa do Rei para o desempenho de suas funções. Três das características fundamentais, intrínsecas e exclusivas do regime monárquico para a explicitação do bem comum.

sábado, 2 de novembro de 2013

Há política além do espaço de confronto


 O cenário de transformação económica formulado para Portugal até ao horizonte do primeiro quartel deste século implica-se intensamente na qualificação das equipas de gestão, na transferência de tecnologia que está disponível nos centros de investigação para as indústrias e serviços e, não menos importante, numa agenda política dirigida para o incremento dos índices da qualidade de vida, isto é, elevar os níveis de educação, de prevenção da saúde, de empregabilidade, de participação cívica, de realização profissional, de iniciativas empresariais qualificadas. Contudo, tal agenda só ganha pleno sentido numa configuração político-institucional que veicule a afirmação de consensos democráticos, distinguindo o que é essencial e o que é supletivo, numa visão política mais longa, mais eficaz e abrangente. Há política além do espaço de confronto das representações.

Democracia! Sem adjetivos.

NY Times

A democracia apresenta-se por diferentes formas nas várias nações. Pode ser à inglesa ou à holandesa. Mas a democracia não é republicana ou monárquica. Todavia, o sistema político, com uma instituição apartidária, representativa da continuidade histórica e do Estado, com uma mesa para a conversação e consenso democrático sem a imposição dos ciclos eleitorais, podem dar frutos as políticas, porque essa instância expressa uma perspectiva com alcance mais largo do que a crise. E este há-de ser, a meu ver, em Portugal, um dos principais elementos decisivos de resolução desta crise, pois se dispõe a olhar além dela.