terça-feira, 22 de dezembro de 2015

O melhor para viver há 12 anos consecutivos é...monárquico


 Há 12 anos consecutivos que a Noruega é eleita o melhor país para viver, o país cimeia o ranking do Relatório de Desenvolvimento Humano (vulgo qualidade de vida) em 188 nações – para vossa referência Portugal ocupa o 43º lugar. Aqui ficam testemunhos de Vasco Pinhol, um português que se mudou há quatro anos para lá. 

 O pacto social faz com que se entrega ao Estado uma fatia dos ganhos para receber um pacote de cidadania (educação, saúde, segurança, justiça) continua aqui vivo e de boa saúde. Por isso, pagam-se muito menos impostos do que no resto da Europa – se fizermos as contas ao rácio entre dinheiro entregue versus cidadania recebida. Trabalha-se de forma produtiva. Todos os noruegueses falam bem inglês e/ou outra língua estrangeira. Tem uma boa distribuição da população pelo território. Independentemente da distância a que se esteja de Oslo, a capital, o nível de vida e acesso a infraestruturas e serviços não vê grandes alterações, toda a gente tem internet em todo o lado e os meios sociais como Facebook e Instagram são utilizados inclusive como ferramenta de trabalho. 

A paz social, esse valor tão raro e precioso, é praticamente absoluta. Todos têm mais ou menos o mesmo poder de compra, pelo que não se sente qualquer insegurança em deixar as portas, os carros, as vidas, destrancadas. Esta paz social coabita com outro valor que desapareceu das nossas vidas portuguesas: tempo disponível. A partir das quatro da tarde acabou-se o trabalho em praticamente todas as empresas da Noruega. A partir das cinco da tarde todas as lojas fecham. A partir das oito da noite nenhum centro comercial está aberto. Aos domingos está tudo fechado. Como tenho ouvido muitas vezes dizer a paz social e o tempo disponível são os luxos mais caros do planeta no século XXI.
A igualdade de género e de oportunidades, embora ainda longe de perfeita, está décadas e décadas à frente da que se vive no restante mundo civilizado. Tem lacunas e falhas, como todos os países e todas as culturas – mas quando olho para a lista agora publicada pelas Nações Unidas, que a coloca no primeiro lugar mundial em termos de qualidade de vida, a única coisa que me ocorre é: “pois é.”
                                                                      Da Visão