sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Pensamentos



«Os desafios que Portugal tem pela frente são tão grandes que não podem coexistir com a indiferença da população. Porque só a atenção, o espírito crítico e a participação podem obrigar o Estado a respeitar quem serve e a respeitar-se a si próprio. Só isso pode obrigar os partidos a procurar consensos e a fundamentar as suas posições, sem ser em ciclos políticos de curto prazo, como se gerir um país ou preparar a vida de gerações futuras fosse o mesmo que reagir a pequenos escândalos. Não adianta pôr a pressão nos dirigentes, nos políticos ou nas elites. Essa pressão só é legítima e consequente se for acompanhada por todos, se o desabafo fácil e desinformado for trocado por algum esforço de compreensão e participação.»

Ricardo Costa in Portugal. Manual de Instruções

Notas

Augusto Ferreira do Amaral

«(…) foi o regime salazarista, (não a 1ª República, que nesse particular se conduziu correctamente), que subtraiu ditatorialmente grande parte dos bens do domínio privado próprios do chefe da Família Bragança, constituindo com eles uma fundação por um arbitrário acto administrativo sob a forma de decreto, em 1933 – a Fundação da Casa de Bragança – da qual injustamente tem estado excluído o próprio chefe da dita Família, desapossado desse seu direito histórico.»


Estação


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

É preciso crescer, sem isso, a própria identidade da União Europeia corre perigo

(...) para salvar a Europa da desintegração, há quem defenda que se deve sublinhar como é um projeto especial, único no mundo. Os europeus são menos tolerantes à desigualdade do que noutras zonas do mundo, tais como os Estados Unidos ou China. Penso que a identidade europeia se revê muito nos sistemas sociais. Mas é preciso crescer mais 1% porque, sem isso, os sistemas sociais ficam em risco. Sem isso, a própria identidade da União Europeia corre perigo”.
       Pascal Lamy, ex-diretor da Organização Mundial do Comércio

Frases


(...) é melhor apontar para uma reforma estrutural corajosa do que optar pela solução mais fácil, que é dar aos jovens desempregados formação profissional sem sentido, só para os manter ocupados – e sem protestarem. 
                                                           Gail Mangold-Vine

Imagens de Portugal

Stagnation By Design

«(...) the difficulties that we are facing now are not the result of the inexorable laws of economics, to which we simply must adjust, as we would to a natural disaster, like an earthquake or tsunami. They are not even a kind of penance that we have to pay for past sins – though, to be sure, the neoliberal policies that have prevailed for the past three decades have much to do with our current predicament.»

                             Joseph Stiglitz, 06/02/2014, Social Europe





segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Frases



(...) a ideologia foi trucidada pela fatal realidade, a que se usa chamar "o centro”.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Europa em Greves Lda



A Instituição Real


Estamos privados de uma instituição socialmente agregadora, com o potencial de revitalizar a nação e evitar a que alguns se apropriem indevidamente da noção de interesse nacional.

Adapt. de Samuel de Paiva Pires in Diário Digital (2013)

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Remaking (industrial) economy - Waste and trash is no longer waste and trash

 A regenerative economic model — the circular economy — is starting to help companies create more value while reducing their dependence on scarce resources.
The “take, make, and dispose” model of production has long relied on cheap resources to maintain growth and stability. That world no longer exists. 
By applying the principles of a circular economy—a system that is regenerative by design — forward-looking companies can seize growth opportunities while laying the groundwork for a new industrial era that benefits companies and economies alike.


Hanh Nguyen, Martin Stuchtey, Markus Zils @ Mckinsey &Company

Vinhos falantes


 Desenvolvida na Universidade de Aveiro (UA), uma rolha do futuro vai permitir, através de um normal telemóvel ou computador, receber informações sobre o vinho que o pequeno cilindro de cortiça protege. Nome da bebida, números de série, do lote e da produção e a origem da bebida são apenas alguns dos dados a que o consumidor poderá ter acesso com um simples clique no telemóvel.
 
O segredo da rolha pensada especialmente para vinhos e espumantes reside no interior onde, envolvida pela cortiça, há um circuito electrónico e uma minúscula antena que emite a informação aos consumidores. O projecto da UA pretende contornar as fraudes a que os rótulos das garrafas podem estar sujeitos e assegura que o consumidor compra exactamente aquilo que quer beber, com um número de identificação único para cada uma, “permite identificar as garrafas através da rolha sem depender de rótulos que podem ser removidos e adulterados”. Pelo contrário, “se o RFID for modificado isso é detectável”.
 
A próxima inovação a inserir na rolha já vem a caminho. Ricardo Gonçalves prepara-se para juntar à eletrónica instalada na cortiça um sensor de temperatura através do qual “vai ser possível criar um histórico das temperaturas a que a bebida esteve sujeita dentro da garrafa”. Uma informação que, juntamente com as que são já possíveis de obter, estarão instantaneamente ao alcance do consumidor. Se se pensar na influência que as temperaturas têm sobre a qualidade do vinho, os consumidores serão poupados, futuramente, a más surpresas depois de aberta a garrafa, especialmente aquelas cujo preço deveria garantir sempre um produto de excelência.
 
O trabalho de doutoramento de Ricardo Gonçalves contou com a orientação de Nuno Borges Carvalho.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Pónei da Terceira reconhecido como raça autóctone - 4.ª raça de cavalo português



O que distingue o Pónei da Terceira como raça é o facto de se

assemelhar morfologicamente a um cavalo, mas ter a dimensão de 

um pónei. 







Foi reconhecido como raça autóctone, sendo a quarta 

raça de cavalos em Portugal, anunciou o investigador da 

Universidade dos Açores que liderou o processo, Artur Machado.

 
O pedido de reconhecimento da raça ocorreu há cerca de dois 

anos, mas o trabalho de recuperação dos animais com as 

caraterísticas do pónei da Terceira foi iniciado há 14 anos.
 

Segundo Artur Machado, numa primeira fase, foi feito um 

levantamento dos animais existentes na ilha, depois foi selecionado 

um grupo de animais que correspondia às caraterísticas típicas do 

pónei da Terceira e, antes de ser pedido o reconhecimento, houve 

um aumento do efetivo.
 

Atualmente, existem, pelas contas do investigador, 118 póneis da 

Terceira, sendo que só na Universidade dos Açores estão 54 e seis 

foram enviados para o continente, numa tentativa de divulgação da 

raça.

@pud Lusa 


Outras notícias @pud Equisport

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Artes


Pedro Burmester - "Variações Goldberg" (parte I) J.S.Bach (1992)

Battle Lines @ European Elections

Jan Marinus Wiersma
«The traditional parties will have a difficult time during the upcoming election battle, as criticism of the EU will be louder and have more popular support than ever before. A sceptical electorate, blaming the EU for the social and economic crisis, might turn away from the parties that they hold responsible and vote for those that carry no responsibility at all. The battle ground is no longer exclusively defined by conservatives, liberals, social democrats or greens, but – more than in the past – also by the parties operating on their fringes exploiting anti-European sentiments.
There is a real risk that the debates will not be about what kind of Europe (eg. neoliberal versus social democratic model), but whether there should be an EU at all. This will force the traditional parties into the pro-European corner defending the status quo while the populist anti-EU politicians can call for abandoning the whole idea of European integration. Such a negative frame will put the traditional European political families exclusively on the defensive and hamper their efforts to highlight the substantive differences between them and their candidates for the presidency of the European Commission.»
Jan Marinus Wiersma is a Fellow at the Wiarda Beckman Foundation, an independent social democratic think tank in the Netherlands.

Artes

Almada Negreiros



A democracia está fragilizada por ausência de alternativas

Paula Rego

A democracia está fragilizada pelo facto da inevitabilidade das políticas ser uma situação contrária ao seu carácter e à sua construção. E, sem projetos estruturados que confiram esperança, é improvável alcançar as metas constantes no programa de ajustamento fiscal e de consolidação económica e financeira. Não vejo como alcançar objetivos políticos estruturantes se estes não se expressarem em metas socioculturais. Ora, o que nos é dado caminhar é apresentado em conteúdos macroeconómicos, técnicos, mas sem clara substância social e cultural, indispensáveis para o reconhecimento dos objetivos de tais instrumentos. Penso que a mudança de paradigma para uma economia global e para o reforço de parcerias para lideranças multipolares, no que isso implica de ajustamento produtivo, fiscal, estratégico, requer clareza de horizontes. O horizonte político hodierno é o aumento da qualidade de vida, expressa nos índices de desenvolvimento humano (IDH). Algumas das dificuldades em atingi-los são políticas (consenso democrático, sustentabilidade fiscal), outras são económicas (escala, produtividade, diferenciação) e outras socioculturais (empregabilidade, literacia, cidadania ativa). Todas elas, porém, relevam da falta de continuidade política e de cooperação entre as institutições na elaboração das políticas.



        

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

The middle class has been sinking toward poverty (everywhere)


Over the period between 1979 and 2007, incomes for the middle class increased less than 40 percent while inflation was 186 percent. According to the Saez study, 99 percent saw their real incomes increase a mere 4 percent between 2009 and 2012. However, this does not come close to recovering the loss of 11.6 percent suffered between 2007 and 2009, the largest two-year decline since the Great Depression. When adjusted for inflation, low-wage workers are actually making less now than they did 50 years ago.
adapt@zeroedge

sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

We will face some difficult challenges in the years ahead



We often speak of the Federal Reserve or other institutions 

as if they were autonomous actors. Of course, they are not. 

The Fed is made up of people, working within an 

organizational structure and with an institutional culture and 

set of values. I am very proud of my colleagues at the Fed 

for the hard work and creativity they have brought to bear in 

addressing the financial and economic crisis, and I think we 

and they have been well served by a culture that 

emphasizes objective, expert analysis; professionalism; 

 dedication; and independence from political influence. 

Whatever the Fed may have achieved in recent years 

reflects the efforts of many people who are committed, 

individually and collectively, to pursuing the public interest.


Ben S. Bernanke, Janeiro,  2014 in «The Federal Reserve: 

Looking Back, Looking Forward» @ Federal Reserve speech



Duetos de poesia e prosa em Monsanto





  
(...) cobrindo a neve o verde monte,
Ao gasalhado o frio nos levasse
Avivando o juízo ao doce estudo,
Mais certo manjar d'alma, enfim, que tudo.

Luís Vaz de Camões nas Oitavas a D. António de Noronha

«(...) onde o juízo quieto pudesse escolher 
as cousas que a fantasia lhe representava;»

João de Barros na Crónica do Imperador Clarimundo.

Hegemonic transition periods

Europa em 1800
 There is good reason to fear the relative decline of some western countries, compared with China and other emerging nations. To begin with, hegemonic transition periods have historically been the most destabilizing eras in history.
  adapt@zerohedge



quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Pensamentos


A vida não se afirma em singularidades independentes; manifesta-se singularmente no indivíduo por intermédio de uma dependência total, recíproca e solidária com os outros e com tudo.

Delfim Santos (filósofo português séc XX)

Artes

Isabel Pinheiro

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Os países africanos mais bem geridos




A Fundação Mo Ibrahim lançou o tradicional ranking da governação em África. Angola foi o segundo país (depois da Libéria) cuja pontuação mais cresceu face ao ano anterior. E é um dos dois únicos (a par do Ruanda) que melhoraram de forma consistente os seus resultados desde o ano 2000 (no caso de Angola, significou uma subida acumulada dez posições). Os melhores critérios para Angola são: a “participação e direitos humanos” (30.º lugar) e as “oportunidades sustentáveis de negócio” (36.º). Os piores são a “segurança e o Estado de direito” (37.º) e o “desenvolvimento humano” (40.º). Cabo Verde ocupa o segundo lugar no ranking global.
in Exame/Angola

Desenvolvimento humano sustentado

A atividade cívica e política não visa apenas a conquista do poder, mas criar condições institucionais pelas quais se tornam possíveis a continuada conversação, a representação nacional, o debate e as decisões democráticas, a convivência plural, as diversas racionalidades, as alternativas. Não basta, porém, esta pluralidade construtiva, pois é necessária uma arbitragem neutral e prosseguir objetivos permanentes e comuns à democracia que permitam o desenvolvimento humano sustentado (literacia, empregabilidade, participação, boas práticas de saúde...).

Reformas sustentáveis



Se tem havido alguma reorganização por via das recentes reformas (justiça; administração; finanças; economia), contudo, elas não contêm nem o ajuste institucional para que venham a ser de facto estruturais essas reformas, nem tampouco a sociedade civil tem tido oportunidade de participar numa mudança cultural para a qualidade de vida.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Da antiga solidariedade

 



«[Na atenção aos doentes e pobres] não foram nisto os nossos Reis e Príncipes Portugueses inferiores, como o testemunham os vários hospitais, mosteiros, casas de caridade e santos costumes que deixaram neste Reino para agasalhar peregrinos, sustentar e vestir os pobres e curar enfermos e feridos: no que foram outros, insignes os Reis D.Afonso I, D.João I e III, e o insigne Cardeal e devoto Rei D.Henrique.

Francisco Rodrigues Lobo, Corte na Aldeia, Diálog VII (1618)

Onde se acaba a noite?



«(...) o isolamento é uma prova de coragem perante nós mesmos (...) porque é nele que todas as forças da nossa alma se desencadeam, as boas e as más.»

José Rodrigues Miguéis, in Onde a Noite se Acaba, «A Mancha não se Apaga», 1946

Citações


«(...) é ligeiro o amor para se empregar.»
FRLobo, Corte na Aldeia, Diálogo VI

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

The European Dream Is Based On A ‘Equals Around A Table’ Metaphor


«I believe a successful European story would have three characteristics (...) :
It should be derived from the recognised history of the Union to be credible and it should draw on known mythology to be forcefull. That is, it should build a bridge between the Union’s known history and the mythology of the continent – Union and European.It should be sufficiently concrete to convey a sense of shared familiarity and vivid enough to stir emotions enough to create belonging, community and engagement. That is, it should build on local lives and let the means fit the message.It should shield the Union from its most obvious weaknesses and it should give direction to future actions. That is, it should help determine what the ‘small things’ and what the ‘big things’ are.»

Rune Kier Nielsen is a speechwriter in the Danish Ministry for Climate, Energy and Building and a former advisor for Copenhagen City on issues of integration and diversity associated with the World Forum for Democracy under the European Council.

Antigos Humanistas Portugueses





Every age has its own outlook. It is specially good at seeing certain truths and specially liable to make certain mistakes. We all, therefore, need the books that will correct the characteristic mistakes of our own period. And that means the old books.». C.S.Lewis @ JPP in abrupto
 
Assim a leitura dos antigos humanistas portugueses, que refletem sobre a vida que passa, se complexificando e tipificando, permite suscitar evidencias à interpretação do nosso presente. Os séculos que por esses humanistas se inteligem, lendo-os, não se decantam para nós apenas em preceitos universais de humanidade, mas funcionam também como proveitoso diálogo entre uma forma e modo passado e um hoje outro presente, deles futuro, pela sua pertinência reflexiva, pela hermenêutica humanística que proporcionam, pelo seu amor a Portugal, pelo seu serviço ao Estado, pela exigência, gosto e benefício de sua conversação e experiência. Se muitas das suas afirmações ainda são válidas para o nosso tempo assim é porque falam à natureza humana que procura interpretar-se, na sua liberdade, pesquisa e criação. Somos por eles estimulados a encontrar, no seu registo, a nossa dispeculação e as nossas próprias epocais e diferenciadoras características. A inteligência do autor está lá, o seu estilo é o seu vinco de alma, a sua temática, a sua paisagem substantiva e adjectiva é a época, mas a sua consideração humanizante e a temática de sua conversação não é apenas de ontem. A fundamentação matemática e suas aplicações técnicas e económicas não se substituem ao conhecimento da natureza humana. A técnica implica-se na nossa história vivida com conteúdos, cenários, valores, projeções, tal como as interpretações humanistas provenientes de várias fontes, antigas ou modernas, conferem-nos uma identidade linguística e histórica necessária à autoconsciência e à pertença comunitária.

Paralelos



 
Nenhum pacto social pode ser fundado senão na liberdade natural do homem e em sua igualdade legal: nenhum código político pode ser bem formado se não garantir o exercício daquela e a conservação desta.

«Que Instituições Convenham a Portugal para lhe Garantir a Liberdade» in Almeida Garrett, Portugal na Balança da Europa, Secção Sexta, VI, c.1827.



Le bonheur des sociétès et la sécurité des individus reposent sur certains principes positifs et immuables. Ces principes sont vrais dans tout les climats, sous toutes les latitudes. Ils ne peuvent jamais varier, quelle que soit l'étendue du pays, ses moeurs, sa croyance, ses usages. Il est incontestable dans un hameau de cent vingt cabanes, comme dans une nation de trente millions d'hommes, que nul ne doit être arrêté arbitrairement, puni sans avoir été jugé, jugé qu'en vertu de lois antérieurs et suivant des formes prescrites, empêché enfin d'exercer ses facultés physiques, morales, intellectuelles et industrielles, d'une manière inocent et plaisible. Ces droits fundamentaux des individus ne doivent pas pouvoir être violés par tous les autorités réunis: mais la réunion de ces autorités doit même être competénce pour prononcer sur tout ce qui n'est pas contraire à ces droits inviolables et imprescriptibles.

«Principes de Politique (1815) in Benjamin Constant, Oeuvres, Bibliothèque de la Pléiade, 1957.

Antiga Constituição Portuguesa





[A] antiga constituição de Portugal era, demais a mais, livre e representativa (...), herdámos [dos conquistadores] os princípios da monarquia limitada que (...) geralmente se estabeleceram quase desde a destruição do Império Romano. (...) Seja ou não apócrifa a lei fundamental escrita, que nas Cortes de Lamego se diz feita pela concorrência da aristocracia e dos representantes da democracia portuguesa, os princípios que nela se declaram, regeram constantemente entre nós, quer fosse tradicionalmente ou não. Os actos, declarações e manifesto das Cortes de 1640 acabaram toda a questão sobre o princípio fundamental da monarquia portuguesa e predominante em sua constituição. A base representativa aí é claramente determinada, e a derivação do poder real do princípio democrático estabelecida em tão claras e positivas expressões, que não pode restar a mínima dúvida ou a mais especiosa.

«Antiga Constituição Portuguesa», in Almeida Garrett, Portugal na Balança da Europa, Secção Sexta, VIII, c.1827.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Representatividade e conflito


Nem todos os órgãos de soberania da democracia são sufragados, assim é o caso do poder judicial. Já o poder legislativo, local e o moderador são hoje sufragados. Mas, se as representações da assembleia legislativa e dos órgãos do poder local são abrangentes, já o poder moderador tem presentemente uma representatividade menor. O resultado desta situação para a democracia, sabemos, à esquerda e à direita, tem sido adicionar conflitualidade, ao governo ou à sociedade. Conflitualidade essa ou correlação de forças esta no presente, que deveriam estar, apenas e propriamente, na casa da democracia (Parlamento).

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Perspetiva na voragem do tempo

 
 Têm sido continuamente solicitadas à sociedade mudanças de comportamento, mas a sociedade também conhece a necessidade de construir uma renovação no modelo político. Defendo um regime democrático com uma instância apartidária, que represente as referências nacionais, que seja voz do consenso democrático e voz da continuidade estratégica. Defendo uma transformação positiva, que não cinda a nossa história. Defendo a monarquia em pluralidade democrática, onde as maiorias não esmaguem as minorias, mas com um parlamento forte, capaz de encontrar em si mesmo as alternativas, e com uma constituição de direitos, liberdades e garantias. Monarquia e democracia é uma conjugação política de sucesso, de sucesso social, de sucesso democrático, de sucesso económico. A monarquia com assembleia democrática é um regime confirmado, é equilíbrio na livre contenda, é perspetiva na voragem do tempo. É voz comum, interceptando todo o tecido social português, que sem uma visão estratégica alargada e democrática a construção quotidiana não se revela nem eficaz nem esclarecedora. Sem ela, a nossa cooperação, o incremento do potencial interpretativo, a abertura de oportunidades de realização socioeconómica, não ganham o impacte que requerem e merecem.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Memórias I


Ligar




Do lado monárquico entendemos que a sucessão dinástica garante a independência e isenção necessárias ao Chefe de Estado. E que é muito importante para os portugueses terem uma Família Real que ligue o presente ao passado, proporcionando a tão preciosa estabilidade e continuidade das políticas.


Adaptado de David Garcia (Plataforma Monárquica)

Do progresso




«(...) o que pensamos adquirido está bem longe de estar seguro. A liberdade política e uma débil democracia, construída em Portugal desde as lutas liberais, pôde acabar às mãos dos próprios demónios que soltou. Os republicanos, que eram positivistas, pensavam que o progresso era inelutável. Nós sabemos, depois das guerras do século XX e do Holocausto, que não é assim.»

José Pacheco Pereira, O Discurso Republicano, Assembleia da República, 6 de Outubro de 2010.

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013